Igreja Comunidade Cristã Ágape- 26/01/2014
Texto: Hebreus
5:13-14
“Ora, todo aquele que se alimenta de
leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento
sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades
exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.”
Tema: Ministrando
na família estendida MATURIDADE.
Introdução:
Existe
uma enorme diferença entre maturidade e imaturidade espiritual. Imaturidade é defino
por Paulo da seguinte maneira:
1
Co. 13:11 – “Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser
homem, desisti das coisas próprias de menino. “
Baseado
no que lemos podemos definir que imaturidade pode ser observada no falar, no
sentir, e no pensar de alguém.
Vamos
comparar algumas características de uma criança com o espiritualmente imaturo.
1 – No Falar.
Não
consegue expressar adequadamente os conflitos interiores; se está com medo, tem
febre e diarreia; se está ansioso, dói-lhe o estômago.
Fala
sempre o que vem à cabeça; não pondera. É chantagista. Se não consegue o que
quer, fica emburrada. Fala de seus sonhos e fantasias como se fosse realidade.
2 – No Pensar.
Imaturidade
nos leva a viver despreocupadamente, como se o amanhã não existisse. É
extremamente egoísta, pensa que o mundo existe por causa de nós e tudo gira em
torno de nós.
Não
tem senso de limite. Tudo aquilo que pensa quer que seja realidade
imediatamente. Possui pensamento mágico, ou seja, tudo acontece conforme se
manuseia a varinha mágica.
“Tudo o que se consegue sem esforço, não terá o seu
devido valor para uma pessoa imatura.”
3 – No sentir.
Não
consegue dominar suas próprias emoções. Não consegue se colocar no lugar do
outro. Julga com facilidade. Não consegue fazer nada sozinho, sempre tem que
estar acompanhado de alguém. A segurança passa a ser a pessoa e não Deus.
Tudo
o que é novo e desafiante lhe causa medo, e entra em pânico. É extremamente
preocupada com as opiniões do outro. Não é capaz de dar sem receber algo em
troca. Para estas pessoas amar é trocar. É egoísta. E para finalizar não
consegue ter um senso critico.
Imaturidade
é caracterizada pelo fato do Ego estar no centro de nossas vidas. Para
tornar-se maduro espiritualmente é preciso renunciar o ego.
A
maturidade vai fazer com que o ego seja colocado em sua posição original, onde
Deus planejou, ou seja, na cruz. Portanto, maturidade não é um lugar que eu
devo alcançar, mas, sim, um processo no qual devo estar inserido.
Ao
usar o conceito maturidade, não estou dizendo que estou em um nível tão elevado
que não se precise mais aprender, mas o fato de que uma das características da
maturidade é estar aberto para aprender com alguém. Três fatos importantes
relacionados ao amadurecimento:
1 – Jesus é o Padrão.
2 – Alguém deve ser o padrão.
3 – Renuncia do Ego.
Concluímos
que a o Principio da cruz é o que estava em operação na vida de Jesus. Se o
padrão é Jesus é impossível falar de maturidade se não falar de cruz.
A
cruz resolveu a dificuldade do homem relacionado à condenação, o pecado, do
poder do pecado e também do poder para se viver sob a sua vontade.
“Jesus
não só morreu numa cruz, mas viveu uma vida de cruz.”
Entenda
que a vida de cruz de Jesus foi marcada pela renuncia completa do próprio EU,
ou seja, uma vida de completa dependência de Deus.
Quando
vivemos uma vida de renúncia, não interessa mais se algo é bom ou ruim; se é
correto ou pecaminoso; o que realmente interessa saber é se isso se trata da
vontade de Deus ou não.
“O
principio da cruz é o processo que nos leva a maturidade.”
O que
acontece se por ventura falhar em algum aspecto. Deus sempre vai repeti-lo até
que sejamos aprovados.
“Na
escola de Deus ninguém pula cartilha, nem comprar nota.”
João 5:19 – “Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho
nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque
tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.”
João 5:30 – “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu
juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que
me enviou.”
João 8:28 – “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então,
sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me
ensinou.”
Vamos
entender o que é negar a si mesmo, ou ter uma vida de renúncia. O negar a si
mesmo...:
1 – Não é a completa anulação da
vontade.
O
negar a si mesmo trata-se de uma renúncia quando a minha vontade quer seguir
outra direção diferente da vontade de Deus. Significa que a vontade de Deus
deve prevalecer, e não a minha própria.
2 – Não é se tornar alienado.
Muitos
pensam que negar a si mesmo e alienar-se de tudo e todas as coisas. Fogem da
realidade recriminando como se tudo estivesse errado e proibido e criam uma
filosofia que não só os leva a loucura como deixa outros juntamente loucos.
3 – Não é uma vida de ascetismo.
Muitos
monges se isolavam das pessoas para ficar livres dos prazeres da vida e de suas
paixões. Fazendo isto entendemos que a vida cristã precisa ser vivida mediante
a dor constante. Entenda que a vida cristã não é dura e muito menos um peso.
O que
torna a vida pesada e muito dolorida são as decisões erradas que tomamos por
vontade própria atendendo ou satisfazendo os desejos mundanos ou carnais.
Jesus
veio para trazer vida abundante. Sofrer gratuitamente, para merecer o favor de
Deus, passa a ser uma teologia errada e não está coerente com o tipo de vida que Jesus viveu e ensinou.
4 – Não é perda de desejo.
Quando
o desejo ocupa o lugar de Deus passa a ser pecado. Entra a concupiscência. Quando entendemos que estamos mortos para o
pecado pela liberação que Jesus proporcionou na cruz, passamos a ficar livres
do domínio dom pecado para alcançar a liberdade em Cristo.
O que
se confunde são os desejos ilegítimos que tenazmente assedia a nossa vida para
conduzir ao pecado. Casar, ter filhos, pregar o evangelho, salvar vidas entre
outras são desejos legítimos.
A
proposta de Jesus é antes de tudo uma renúncia ao domínio da própria vida e com
isso somos confrontados a saber se o que fazemos é legitimo ou não e se o que
fazemos é a nossa vontade ou a vontade de Deus.
“A essência da vida cristã e uma
contracultura do sistema vigente.”
Nunca
devemos esquecer de que a Cruz é loucura para o mundo, mas para nós é o poder
de Deus manifesto.
Lucas 14:27 – “ E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu
discípulo.”
Lucas 14:33 – “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem
não pode ser meu discípulo.”
A
centralização do ego é a raiz de todo o pecado. Existem algumas ênfases que
Jesus colocou que estão na base de qualquer ação. Qualquer comportamento
implicará direta ou indiretamente em uma destas ênfases.
4.1 – A ênfase que diz respeito aos
relacionamentos.
“Grandes multidões o acompanhavam, e
ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e
mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode
ser meu discípulo.”
Esta
ênfase diz respeito a necessidade de ser aceito sempre pelos outros; o medo de
ser rejeitado, e colocar Jesus em segundo lugar na minha vida. Para ser aceito
eu pago qualquer preço porque o que está em jogo é a minha aceitação no grupo
ou qualquer outra área e não refletir o caráter de Cristo. Negar a si mesmo implica numa renúncia ao amor dos outros.
Não
que não queria ser mais amado, mas não ficarei doente se por acaso isso não
acontecer.
4.2 – A ênfase que diz respeito a minha
vontade.
““ E qualquer que não tomar a sua cruz e
vier após mim não pode ser meu discípulo.”
Isto
é fundamental para que eu entenda e conheça a vontade soberana de Deus. Tomar a
cruz nos fala da vontade de Deus em detrimento da minha.
Nenhum
ser humano gosta da dor, mas gostamos do prazer. Para fazer a vontade Deus,
muitas vezes, a vontade de Deus implica em dor, e eu devo apossar dela em troca
de meu desejo de prazer.
A
cruz nos fala de abrir mão de direitos, de reconhecimentos, de oportunidades, e
assim por diante. Jesus, por exemplo, já sob a sombra da cruz disse:
Lucas 22:42 – “dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se
faça a minha vontade, e sim a tua.”
Quantos
estamos dispostos a dizer esta mesma frase?
4.3 – A ênfase a respeito dos bens.
“Assim, pois, todo aquele que dentre
vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.”
Devo
renunciar a viver para mim mesmo, e ainda mais, devo abrir mãos dos meus bens?
Para muitos abrir mãos dos bens e muito mais difícil do que abrir mão de si
mesmo.
Renúncia
é morte e sem morte o cristianismo perde o sentido. O cristianismo sem cruz é
apenas religião. O ego deve perder a centralidade, cedendo lugar à vontade de
Deus.
Começa
aqui o principio da cruz, onde Jesus colocou em operação não a sua vontade, mas
a vontade do Pai. Jesus não apenas morreu numa cruz, mas que toda a sua vida
foi uma vida de cruz. Existem lições aprendidas por Jesus, pelas quais nós
devemos passar também. Mas isto é para a próxima semana.
Que
possamos entender o negar a si mesmo e humildemente pedir a Deus perdão por
estarmos ocupando o lugar que Deus deveria ocupar em minha vida. “Senhor eu
desejo fazer a sua vontade, para isto quero abrir dos meus sonhos, desejos e
prazeres. Faz de mim um vaso novo. Desejo receber alimento sólido e constante
mediante a Sua Palavra” Hb. 5:13-14
Hoje
falamos sobre a Ministrando a Família estendida MATURIDADE.
Deus
abençoe a sua vida e família.
Pr.
Dinei Morais