quarta-feira, 25 de março de 2015

O Agonizante problema da segurança da salvação


Para onde olhar quando é temível olhar para dentro de si

           
    O problema mais difícil quanto ao assunto da segurança da salvação não é determinarmos se os fatos objetivos do cristianismo são verdadeiros (Deus existe, Cristo é Deus, Cristo morreu pelos pecadores, Cristo ressuscitou dos mortos, Cristo salva para sempre todos os que creem nEle, etc.). Esses fatos são o alicerce firme de nossa fé. Todavia, o problema agonizante é saber se eu sou realmente salvo por esses fatos.

            Em resumo, o grande problema é saber se eu tenho a fé salvadora. O que torna isso agonizante — para muitos na história da igreja e em nossos dias — é o fato de existirem pessoas que imaginam possuir a fé salvadora, quando não a possuem. Por exemplo, Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mateus 7.21-23).

            Portanto, a pergunta crucial para muitos é esta: eu tenho realmente a fé salvadora? A minha fé é verdadeira? Estou enganando a mim mesmo? Algumas pessoas que têm boas intenções tentam amenizar o problema por tornarem a fé em uma simples decisão de afirmar certas verdades, tal como: Jesus é Deus, Ele morreu pelos meus pecados. Outras tentam fazer do problema algo menos inquietante, por negarem que qualquer tipo de mudança de vida é realmente necessário para demonstrar a realidade da fé. Por isso, descobrem uma maneira de fazer que as palavras de Tiago 2.17 signifiquem algo diferente do que parecem significar — “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2.17). Mas essas estratégias que visam fortalecer a segurança de salvação têm o efeito contrário. Negam algumas partes das Escrituras. E até a fé minúscula que eles preservam pode ser atormentada e questionada pela alma oprimida. Não resolvem o problema e abrandam a verdade. E, talvez o pior de tudo, dão segurança de salvação à pessoa que não devia tê-la.

            Em vez de minimizar a natureza miraculosa, profunda e transformadora da fé, e em vez de negarem que existem mudanças de vida necessárias que demonstram a realidade da fé, deveríamos abordar de outra maneira o problema da segurança da salvação. Devíamos começar reconhecendo que há uma garantia objetiva para descansarmos no perdão de Deus para os nossos pecados e há uma garantia subjetiva para a certeza de que nossos pecados são perdoados. A garantia objetiva é a obra consumada de Cristo, na cruz, que “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hebreus 10.14). A garantia subjetiva é a nossa fé, que produz o fruto de sermos “santificados”.

            Em seguida, devemos compreender que a fé salvadora tem duas partes. Primeira: a fé é uma visão espiritual da glória (ou beleza) no Cristo do evangelho. Em outras palavras, quando você lê ou ouve o que Deus fez pelos pecadores, na cruz e na ressurreição de Jesus, o seu coração vê isso como algo sublime e glorioso em si mesmo, mesmo antes de você ter certeza de que é salvo por meio disso. Penso ser esta a ideia em 2 Coríntios 4.4, quando Paulo disse que Satanás cega a mente dos incrédulos para que não vejam “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Para que a fé seja real, tem de haver uma “luz” sobrenatural que Deus faz resplandecer no coração, a fim de mostrar-nos que Cristo é glorioso e sublime (2 Coríntios 4.6). Isso acontece como uma obra do Espírito de Deus, por meio da pregação do evangelho.

            Segunda: a fé é um descanso garantido neste evangelho glorioso, para a nossa salvação. Eu digo “descanso garantido”, porque há um descanso não garantido — pessoas que imaginam que são salvas, mas não o são, porque nunca chegaram a ver a glória de Cristo como sublime e constrangedora. Essas pessoas creem somente por causa do garantia do livramento do mal, e não porque veem a Cristo como alguém mais glorioso e desejável do que todas as outras coisas. Mas para aqueles que veem “a luz do evangelho da glória de Cristo” o seu descanso é garantido.

            No aspecto prático, isto significa, primeiramente, que devemos continuar olhando para a cruz e para a obra de Deus em Cristo, porque este é o lugar em que Deus faz a luz do evangelho resplandecer. Se nos tornarmos excessivamente introspectivos e analisarmos demais as nossas emoções, afundaremos em dúvidas desesperadoras, porque a luz confirmadora não resplandece de dentro de nós, e sim de Cristo no evangelho. Temos de olhar para fora de nós mesmos, para Cristo e sua obra, se desejamos ter a segurança de salvação firme em nosso íntimo.

            Em segundo, devemos orar continuamente a Deus, pedindo-Lhe que ilumine os olhos de nosso coração (Efésios 1.18). Em terceiro, devemos expressar nossa confiança em Cristo, por amarmos uns aos outros, conforme disse o apóstolo João: “Sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (1 João 3.14). Em última instância, a segurança de salvação é um precioso dom de Deus. Oremos uns pelos outros, para que este dom seja abundante entre nós.

            Deus abençoe.
            Pr. Dinei Morais
            Igreja ágape de Atibaia

Extraído do livro “Provai e Vede”- Autor: John Piper – Editora Fiel – Páginas 48-50

sexta-feira, 13 de março de 2015

A coisa mais importante no mundo é ser Salvo


Pensando sobre a grandeza do propósito da salvação

            Visitei o Dr. Wilford Widen no hospital pouco antes de sua morte, ocorrida em 27 de setembro e 1982. De sua cama, ele olhou para mim e, com um sorriso, me disse: “Pastor John, a coisa mais importante no mundo é ser salvo”. Essas palavras são o legado permanente de um grande crente que supervisionou a Escola Dominical de nossa igreja durante quarenta anos e liderou uma campanha para a construção de um de nossos prédios.

            Você também pensa que ser salvo é a coisa mais importante no mundo? Se não, isso ocorre talvez porque você nunca se sentiu realmente uma pessoa perdida e desesperada diante do juízo de Deus ou ameaçada por uma eternidade de tormento consciente no inferno. Oh! Como amamos o viver, depois de quase sermos mortos! Talvez por causa de uma forte ressaca do mar. Ou porque uma mão ficou presa no ralo de uma piscina de natação. (Sim, repleta de água! Eu recordo bem!) Ou por sair rapidamente da frente de um carro que trafega em alta velocidade a alguns centímetros de você, quando a voz de sua esposa o alerta, pouco antes de você dar um passo para a morte. Ou pela vitória de uma grande luta contra um câncer. Ou pela sua libertação de um campo de prisioneiros, depois de dezesseis anos nos quais você esperava ser morto. Ou depois de sobreviver à queda de um avião, quando outras pessoas morreram.

            Oh! Como amamos a vida nesses momentos e nos apegamos a tudo que é precioso. Isso também acontece quando experimentamos a preciosidade de sermos salvos do pecado. Isto não é mera palavra. Isto não é apenas um fato aprendido da Bíblia; você realmente sente que está condenado, com justiça, e desesperadamente perdido, alienado de Deus, da vida e da alegria. Depois, você aprende que Deus preparou um caminho; Ele perdoará seus pecados, haverá de aceitá-lo, amá-lo e fazer todas as coisas cooperarem para o seu bem. Aprende que todos os seus pecados podem ser perdoados e lançados no fundo do mar, para nunca mais serem trazidos a juízo contra você. Oh! Quão precioso é ser salvo do pecado, do julgamento e do inferno!

            Entretanto, a Bíblia nos permite afirmar que a coisa mais importante no mundo é alguém ser salvo? Na verdade, a pessoa mais importante no mundo é Deus. O Dr. Widen não pretendia comparar com Deus a nossa experiência de sermos salvos. Ele queria comparar isso com todas as outras experiências. A razão por que ser salvo é a maior de todas as experiências no mundo é que Deus é a pessoa mais importante do mundo, e ser salvo significa ser resgatado do pecado e da condenação, para que conheçamos a Deus e O desfrutemos para sempre. Se Deus não fosse a realidade mais importante no universo, ser salvo para estar com Ele não seria a maior experiência no universo.

            Sim, mas é realmente bíblico afirmar isso? Enquanto escrevo, tenho em mente uma passagem das Escrituras. Jesus disse aos seus setenta discípulos: “Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lucas 10.20). Em outras palavras, vocês tiveram grande sucesso no ministério que realizaram. Os demônios se sujeitaram a vocês. As pessoas foram libertas. Isso é maravilhoso. Foi para isso que os enviei. Louvem a Deus por esse triunfo.
           
            Mas, não permitam que isso seja a principal alegria, ou a fonte da alegria, ou a alegria indispensável de vocês. Pelo contrário, “alegrai-vos... porque o vosso nome está arrolado nos céus”. Ou seja, alegrem-se pelo fato de que vocês estão arrolados entre os redimidos. Alegrem-se que vocês irão ao céu, quando morrerem. Alegrem-se porque Deus escreveu seu nome entre os eleitos. Regozijai-vos pelo fato de que vocês estão salvos. Esta é a coisa mais importante. Não é o ministério. E sim, conhecer a Deus, ver a Deus, alegrar-se em Deus. A coisa mais importante no mundo é sermos salvos, porque o propósito de sermos salvos é desfrutarmos a pessoa de Deus para sempre.

Deus abençoe a sua vida
Pr. Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia


Extraído do livro “Provai e Vede”- Autor: John Piper – Editora Fiel – Páginas 46-47

Sabedoria e Inteligência andam juntas?

Meditações em 1Reis 3: 3-15

     Provérbios é um livro de sabedoria prática. Ensina que religião esta ligada a lidar com as dificuldades.

           Provérbios nos conduz a entender que “o temor do Senhor é o principio do saber”. Diante das situações que nos cercam, a sabedoria, quando buscamos de forma coesa e correta, nos ajudará a agirmos com inteligência, retirando dos problemas ensinamentos que produzirão em nós crescimento espiritual.

O autor de Provérbios, Salomão, pediu algo especial para Deus. Não pediu prosperidade material, fartura, reinado, terras, povos ou nações, mas a solicitação diante de Deus foi que houvesse SABEDORIA. Veja alguns fatos em 1 Reis 3: 3-15. (Você pode ler melhor depois como parte de seu devocional diário)
Salomão amava ao Senhor, andava em seus preceitos, mas cometia alguns erros que eram os sacrifícios e a queima de incenso em locais inapropriados para Deus. O primeiro questionamento aqui é que podemos nos comparar com Salomão em alguns aspectos:

A – Amamos ao Senhor. Se você ainda não o ama, chegou o momento de tomar uma decisão e entregar a sua vida para Ele.

B – Se amamos ao Senhor, precisamos andar em seus princípios e conceitos contidos em sua Palavra.

C – Ainda cometemos erros em nossa caminhada. Em Hebreus 12:1, o autor falar que precisamos nos desembaraçar de todo peso do pecado que tenaz-mente nos assedia, e correr com perseverança a carreira que está proposta.
Salomão cometeu erros em sua caminhada e nem por isso deixou de buscar a Deus. Deus aparece para Salomão em sonho e diz:
“...Disse-lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te dê.”
1 Rs. 3:5b

 Olhe a pergunta que Deus fez a Salomão. Salomão poderia ter pedido tudo que era da sua vontade, para si próprio e desfrutar de tudo isto em seu reino. Eu pergunto a você, leitor, neste exato momento e gostaria de uma resposta sincera de sua parte. O que você pediria se Deus aparecesse em sonho e fizesse a mesma pergunta que fez a Salomão? A Palavra de Deus diz que não sabemos pedir como convém. Rm. 8:26
          
Será que estaríamos pedindo corretamente? Será que o nosso pedido agradaria o coração de Deus? Será que o nosso pedido estaria apenas satisfazendo a nossa própria vontade? A resposta de Salomão ao questionamento de Deus encontra-se em 1 Rs. 3:6-9. Alguns ensinamentos para a nossa vida diante  da resposta de Salomão. São elas:

1Salomão lembrou do que Deus fez com seu pai Davi. Isto mostra a importância do legado deixado por Davi. Qual é este legado? Um legado de coração puro e arrependimento. 1 Rs. 3:6

2Salomão reconheceu sua dependência em Deus. Salomão tinha um reino para conduzir e necessitava urgentemente de sabedoria para conduzir o povo. Havia um desafio muito grande pela frente e somente a intervenção de Deus dando a Salomão o que ele havia pedido poderia trazer o sucesso desejado por Deus, que é a aplicação da justiça. 1 Rs. 3:7-8

3Salomão pediu coração sábio. Salomão escreveu em Provérbios 1:7 o seguinte: “O temor do Senhor é o principio do saber, mas os loucos desprezam sabedoria e o ensino.” Este é um pedido correto que agradou o coração de Deus. Muitas vezes estamos pedindo tantas coisas para Deus e não estamos tendo
respostas devido ao meu pedido e a minha solicitação estar em desacordo com a vontade de Deus.

Será que podemos concluir que Salomão passou pela prova de Deus ao responder exatamente o que estava no coração de Deus? Como têm sido os nossos pedidos? Estamos pedindo o que realmente é prioridade?

Agradamos o coração de Deus quando pedimos coisas certas no momento certo.1 Rs. 3:10-12

4 Salomão entendeu a prioridade para a sua vida. Quando entendemos a prioridade de nossa vida e pedimos o que realmente precisamos, Conforme referência a Efésios, que Deus nos concede mais do que pensamos ou pedimos, porque Ele sabe de fato cada pequena coisa que precisamos . Salomão pediu coração compreensivo e recebeu muito mais do que isto. Deus nos abençoa com muito mais do que precisamos Segundo Sua vontade.
1 Rs. 3: 13

5Salomão sabia que a obediência precede a benção. Deus usa uma condição não somente com Salomão, mas também para a nossa vida cotidiana. A condição “SE” é uma condição que precede todas as bênçãos. Veja o versículo abaixo em destaque.

“Se andares nos meus caminhos e guardares os meus estatutos e os mandamentos, como andou Davi, teu pai, prolongarei os teu  dias.” 1 Rs. 3:14

Lembre-se que isso foi escrito na antiga aliança, então você deve se perguntar: Como esse princípio funciona na nova aliança? No Novo Testamento obediência e benção se relacionam. Por exemplo: Ef 2.8-10 Fomos salvos pela fé, para praticar boas obras, ou seja, benção primeiro e depois obediência! No nosso caso, a benção veio primeiro, em Jesus! E a obediência deve ser motivada pelas bençãos que Ele nos deu, e não o contrário. A benção é a vida em Cristo, salvação e vida eternal, e obedecer os seus princípios me conduzirá a receber sua promessas.

Salomão teve a oportunidade de escrever o livro de Provérbios e por meio deste livro, deixar firmes princípios de que a sabedoria e a inteligência andam juntas. Sabedoria para crescer espiritualmente e inteligência para aplicar os princípios no dia a dia.

Eu me pergunto: Será que podemos alinhar sabedoria com inteligência e sermos as pessoas mais felizes desta terra. Será que alinhando estes dois princípios podemos viver bem com Deus, com as pessoas e conosco mesmo?

A minha resposta e: “Sim podemos”, ou melhor, “Sim devemos”. É o nosso dever conhecer a Palavra de Deus e aplicá-la em nossa vida. Quero encerrar dizendo que não conseguiremos sabedoria e muito menos inteligência se não houver esforço de nossa parte em estudar, meditar e praticar a Palavra de Deus.

Deus abençoe ricamente

Pr Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia

quinta-feira, 5 de março de 2015

Se o nosso morrer for uma disciplina?

Se o Nosso Morrer for uma Disciplina?

Meditações em 1Coríntios 11.29-32

     Viver para Cristo é bastante árduo. No entanto, morrer para Cristo é também muito difícil. Precisamos de toda ajuda que pudermos obter. É uma questão de fé. Confiaremos nEle até ao fim? Descansaremos em sua graça ou entraremos em pânico, imaginando que somos destinados ao inferno? Saberemos lidar com o medo de que o nosso morrer é um castigo e o prelúdio de algo pior? Oh! quantas dúvidas plantadas pelo diabo! Temos de aprender como repeli-lo com a espada do Espírito, a Palavra de Deus. Esta é outra parte de nossa defesa.
  Suponhamos que pecamos realmente de um modo negligente e que desagradamos a Deus. Suponhamos também que sejamos “disciplinados” e “julgados” pelo Senhor, por consequência desse pecado, e que Ele nos envie uma doença. Cuidado! Eu não estou dizendo que sejamos “punidos” no sentido de sofrermos a penalidade do pecado. Cristo suportou a penalidade de todos os nossos pecados, na cruz: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pedro 2.24). Porém, usei a palavra “disciplinados” no sentido de repreensão, correção, purificação e preservação de pecados piores. “O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hebreus 12.6).

Mas, o que você diz sobre a morte? Deus nos removeria por meio da morte como parte de sua disciplina? O apóstolo Paulo afirmou que, às vezes, Deus faz isso. Ao lidar com os pecados cometidos na Ceia do Senhor, Paulo escreveu:

Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem [ou seja, que morreram]. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Coríntios 11.29-32).

 Em outras palavras, ficar doente, fraco e, até, morrer são formas de disciplinas do Senhor. O objetivo não é a condenação. Isso aconteceu na cruz. Para nós, não há “nenhuma condenação” (Romanos 8.1). O objetivo é “não sermos condenados com o mundo” (1 Coríntios 11.32). Em outras palavras, a morte é, às vezes, um livramento disciplinar que visa salvar-nos da condenação. “Há entre vós... não poucos que dormem [ou seja, que morreram]... para não sermos condenados com o mundo.”
  É claro que essa não é a razão de todas as mortes dos preciosos santos de Deus. Não conclua imediatamente que sua doença ou a sua morte se deve a uma trajetória de pecado, da qual você tem de ser libertado. Mas suponha que isso pode ser o que está acontecendo.

  Isto é encorajador? Pensar nisto o ajudará a morrer mais tranquilo, com mais fé e esperança? Minha resposta é que todo o ensino da Bíblia tem como alvo ajudá-lo a morrer, bem como ser um encorajamento para a fé, à luz da verdade (Romanos 15.4).

  Então, como esta verdade nos fortalece, para que tenhamos uma morte cheia de esperança? Talvez assim. O pensamento de que somos pecadores não é uma grande ameaça à nossa paz? O pensamento de que Deus é soberano e de que Ele poderia remover a doença, se quisesse não nos ameaça com sentimentos de temor, quando sabemos que, se a doença permanece, Ele deve estar agindo contra. E como lidaremos com esses temores, quando sabemos que somos realmente pecadores e que a corrupção ainda permanece em nós?

  Nesses momentos, buscamos algum encorajamento na Bíblia mostrando-nos que Deus está disposto a salvar crentes que pecaram e são muito imperfeitos. No entanto, sabemos que Deus é santo e odeia o pecado, até o pecado cometido por seus filhos. Também sabemos que Ele disciplina seus filhos fazendo-os passar por experiências dolorosas (Hebreus 12.11). Não somos daqueles que afirmam que Deus não tem qualquer relação com as experiências dolorosas da vida. Por isso, buscamos ajuda e esperança na Palavra de Deus, a qual é completamente realista. E achamos em 1 Coríntios 11.32 que a morte dos santos — a morte que é disciplina e julgamento — não é condenação, e  sim salvação. Deus está tirando a vida do crente que está em pecado, porque o ama tanto que não permitirá que ele continue no pecado.

  Isto é um poderoso encorajamento. Não é fácil de entendermos, nem é ensinado frequentemente. Mas é uma rocha firme. O que isto diz a todos nós é o seguinte: não precisamos estar certos de que o tempo de nossa morte se deve ao nosso pecado, ou à crueldade de Satanás (Apocalipse 2.10), ou a outros propósitos de Deus.

O que precisamos realmente é a profunda segurança de que, se a nossa morte resultar de nossa tolice e pecado, podemos descansar tranquilamente no amor de Deus. Nesses momentos, estas palavras serão extremamente preciosas: “Somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Deste modo, aprendemos a morrer tranquilos.

           Deus abençoe.
           Pr. Dinei Morais
           Igreja ágape de Atibaia

Extraído do livro “Provai e Vede”- Autor: John Piper – Editora Fiel – Páginas 43-45